Guia completo NR35: como validar cursos EAD, exigir prática presencial, escolher provedor e garantir certificação segura

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Tabela de Conteúdos

Lembro-me claramente da vez em que fiz meu primeiro curso NR35: subimos em um andaime improvisado para a parte prática e, no início, eu sentia o estômago apertado. Não era só medo — era a responsabilidade real de voltar para casa com segurança no fim do dia. Na minha jornada, aprendi que treinamento não é cumprimento burocrático; é a diferença entre um dia de trabalho e um acidente que muda vidas.

Neste artigo você vai entender, de forma prática e direta: o que é NR35, o que pode e o que não pode ser feito em EAD (ensino a distância), como escolher um curso NR35 EAD confiável, quais documentos exigir do empregador e do instrutor, e dicas para garantir que o treinamento realmente prepare quem trabalha em altura.

O que é a NR35 e por que ela importa

A NR35 é a Norma Regulamentadora que trata de Trabalho em Altura no Brasil. Ela estabelece requisitos mínimos para a proteção dos trabalhadores que realizam atividades acima de 2 metros do nível inferior, quando há risco de queda.

Não é apenas uma lista de regras: a NR35 define responsabilidades do empregador, exige avaliação de riscos, plano de trabalho, capacitação adequada e medidas de emergência e resgate.

NR35 e EAD: o que a norma exige

A NR35 determina que o treinamento deve contemplar parte teórica e prática. A parte teórica aborda conceitos, riscos, equipamentos de proteção e normas; a parte prática testa habilidades em situações reais ou simuladas.

Importante: o treinamento prático precisa ser presencial. A teoria pode ser feita a distância (EAD), desde que o provedor garanta a qualidade, a verificação de aprendizagem e que a parte prática seja realizada presencialmente.

Resumo objetivo

– Treinamento = teórico + prático.
– Teoria: pode ser EAD se mantiver qualidade e comprovação.
– Prática: presencial obrigatória.
– Certificado: deve identificar conteúdo, carga horária, instrutor e CNPJ do provedor.

Como escolher um curso NR35 EAD confiável

Nem todo curso com “NR35” no título tem validade real ou qualidade. Use esta checklist antes de comprar:

– Verifique se o provedor tem CNPJ e currículo dos instrutores (preferencialmente com experiência prática em trabalho em altura).
– Confirme que o curso inclui avaliação teórica e comprovação de participação na prática presencial.
– Peça o conteúdo programático detalhado (itens como ancoragem, inspeção de EPIs, técnicas de subida/descida, resgate e primeiros socorros devem constar).
– Confira depoimentos e, se possível, peça para ver um modelo de certificado.
– Confirme prazo e regras para reciclagem/recertificação (normalmente quando há mudança de função, acidente ou periodicamente).

O que deve constar no certificado NR35

Um certificado legítimo deve trazer:

– Nome completo do participante e CPF.
– Carga horária total (especificando teórica e prática).
– Conteúdo programático ou ementa.
– Nome e qualificação do instrutor responsável.
– CNPJ ou identificação do provedor.
– Data de emissão e validade/recomendação de reciclagem.

Como funciona a parte prática NR35 (dicas práticas)

A prática precisa simular situações reais e treinar procedimentos de resgate. Aqui estão passos que vivi e recomendo:

– Treine inspeção prévia de EPIs (trancamento, cinturão, talabarte, pontos de ancoragem).
– Faça exercícios de subida, descida e posicionamento seguro em diferentes estruturas.
– Realize simulações de resgate, inclusive condicionamento para transportar um colega com segurança.
– Exija registro e avaliações práticas individualizadas: não basta assistir — é preciso demonstrar competência.

Responsabilidades do empregador

O empregador deve:

– Fornecer treinamento adequado e garantir a realização da prática presencial.
– Manter o C.A. (Certificado de Aprovação) dos EPIs e registros de treinamentos no prontuário do trabalhador.
– Elaborar o Plano de Trabalho e análise de risco para atividades em altura.
– Garantir que trabalhadores tenham condições psicológicas e físicas adequadas para tarefas em altura.

Erros comuns no NR35 EAD (e como evitá-los)

– Comprar curso “100% online” sem prática presencial: evite.
– Aceitar certificado sem identificar prática ou instrutor: peça detalhes.
– Ignorar simulações de resgate: é a parte que salva vidas.
– Deixar treinamento como formalidade: transforme-o em cultura de segurança com treinamentos periódicos.

Reciclagem: quando fazer novamente?

A NR35 recomenda reciclagem sempre que houver mudança de função, ocorrência de acidente ou quase-acidente, e periodicamente conforme avaliação do empregador. Em geral, recomenda-se revisar conhecimentos a cada 1–2 anos, dependendo do nível de risco da atividade.

Perguntas rápidas (FAQ)

Posso fazer NR35 totalmente online?
Não. A teoria pode ser EAD, mas a parte prática precisa ser presencial para atender ao que a norma exige.

Qual a carga horária mínima do curso?
A NR35 prevê uma carga horária mínima para capacitação inicial, incluindo teórica e prática. Verifique sempre o conteúdo programático e o certificado do provedor para confirmar as horas.

O certificado EAD vale legalmente?
Vale se o provedor comprovar a realização da parte prática presencial e o certificado contiver todas as informações exigidas. O empregador também responde por aceitar a capacitação.

Quem pode ministrar o curso?
Instrutores com experiência e qualificação na área, capazes de ministrar teoria e conduzir a prática de forma segura. Cheque o currículo e a experiência prática do instrutor.

Recomendações práticas finais (meu passo a passo)

1. Escolha um provedor com CNPJ, instrutores qualificados e boas avaliações.
2. Faça a teoria (EAD) com atenção, respondendo todas as avaliações.
3. Agende e participe ativamente da prática presencial.
4. Peça e arquive o certificado com todos os dados exigidos.
5. Insista em treinamentos de resgate e simulações regulares.

Conclusão

NR35 não é um “documento chato”: é a base para você voltar para casa inteiro ao final do dia. O EAD pode facilitar o acesso à teoria, mas não substitui o aprendizado prático. Escolha provedores sérios, exija prática presencial de qualidade e mantenha a reciclagem em dia.

FAQ rápido:

– O que é NR35? Norma sobre trabalho em altura.
– EAD serve para NR35? Sim, para a teoria; prática presencial é obrigatória.
– Como validar um curso? Verifique CNPJ, instrutor, conteúdo e certificado detalhado.

E você, qual foi sua maior dificuldade com NR35 EAD? Compartilhe sua experiência nos comentários abaixo — sua história pode ajudar outra pessoa a se proteger.

Fontes e leitura recomendada: Ministério do Trabalho e Previdência — NR-35 (texto oficial): https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-35-trabalho-em-altura

 Mara Queiroga Pereira

Mara Queiroga Pereira

Com uma base acadêmica sólida em Engenharia e uma pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, minha jornada na área de Segurança e Saúde no Trabalho nasceu de uma profunda convicção na importância de ambientes laborais seguros e saudáveis para todos. Ao longo de mais de 15 anos de experiência, especializei-me na interpretação e aplicação das Normas Regulamentadoras, o que me permitiu desenvolver e ministrar uma vasta gama de cursos e treinamentos. Sou instrutora certificada para as principais NRs

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