A Ferramenta que Não Perdoa: O Respeito que o Curso de Motosserra da NR 12 Impõe
Defendendo em Casos Onde a Fração de Segundo e o EPI Correto São Tudo
O cheiro forte de gasolina e óleo 2 tempos e o zumbido ensurdecedor que precede o corte.
Poucas coisas no meu trabalho me chocaram tanto quanto as fotos de um acidente com motosserra. A violência dos ferimentos é terrível. Em um caso que peguei no setor de agronegócio, ficou claro que o “treinamento” do trabalhador não passou de uma demonstração de cinco minutos. Para argumentar com propriedade, precisei entender a ferramenta. Fiz o curso de motosserra nr 12.
O som da motosserra ligando é um rugido agressivo que te coloca em alerta máximo. A vibração que sobe pelos braços é intensa. E o cheiro… aquela mistura forte de gasolina, óleo e madeira recém-cortada. É uma experiência sensorial que te ensina a respeitar a máquina antes mesmo de fazer o primeiro corte. “Você, com uma motosserra? O mundo está acabando”, meu marido disse, de olhos arregalados.
O erro é subestimar essa ferramenta por ser portátil. O risco do “rebote” (quando a ponta da lâmina atinge um objeto e a serra é projetada violentamente para trás, na direção do operador) é imenso. A minha dica para os colegas advogados em casos assim é focar em dois pontos: treinamento e EPIs. A empresa provou que fez o treinamento prático obrigatório? E o mais importante: o operador usava a calça, luvas e perneiras anticorte? O capacete com protetor facial? A ausência de um desses itens é uma negligência que não tem como defender. O curso de motosserra nr 12 me ensinou que, com essa ferramenta, não existe segunda chance.