De Doutora a Operadora por um Dia: O que Aprendi no Curso NR 12

Quem Deve Fazer o Curso de NR 12? Profissionais Indicados e Pré-requisitos

 

Decifrando a Segurança em Máquinas Para Defender Direitos

 

 

O ruído da prensa e a cicatriz de um cliente que me levaram à capacitação.

 

A gente lida com dor no nosso trabalho, mas algumas dores são mais visíveis. Recebi no escritório um rapaz que tinha perdido parte dos dedos em uma prensa industrial. A cicatriz na mão dele era a materialização da falha de um sistema. O processo era um emaranhado de laudos técnicos sobre “zonas de perigo”, “intertravamento” e “paradas de emergência”. Eu precisava ir além do papel. Decidi fazer o curso nr 12.

Meu pai, que é engenheiro aposentado, achou o máximo. “Até que enfim, Ana, vai entender o que é uma máquina de verdade!”. Fui para um centro de treinamento que parecia um chão de fábrica. O barulho era ensurdecedor, uma sinfonia de metais e motores. O cheiro de graxa industrial estava por toda parte. O instrutor nos mostrou uma prensa parecida com a do acidente do meu cliente. Tocar no botão de emergência, sentir o metal frio e duro sob os dedos, ver a imensa “área de risco” pintada de amarelo no chão… aquilo me deu outra perspectiva.

O meu maior erro, no começo do caso, foi acreditar que a culpa era simplesmente do “descuido” do operador. Que ingenuidade! O curso nr 12 me abriu os olhos para a complexidade da segurança de uma máquina. Aprendi sobre falhas de projeto, sobre a importância de um manual claro, sobre a hierarquia das medidas de proteção. Uma dica prática que aprendi ali: sempre verifique se a máquina foi alterada ou se teve “gambiarras”. Muitas vezes, o pulo do gato de um processo está aí. Aquele curso nr 12 me ensinou a enxergar as cicatrizes ocultas no metal das máquinas, e não apenas na pele dos meus clientes.