Dois Lados da Mesma Moeda: O que Aprendi no Curso NR 33 para Vigia e Trabalhador

 

A Confiança Cega e a Responsabilidade Compartilhada no Fio da Navalha

 

 

O eco da voz no rádio e a angústia de ser os olhos e ouvidos de outra pessoa.

 

Quando fiz o curso de NR 33 pela primeira vez, foquei muito na minha própria sensação, na claustrofobia do trabalhador que entra. Mas a norma é clara, e a segurança depende de uma dupla. Decidi então refazer o curso, mas desta vez com um foco diferente, buscando entender a fundo a dinâmica do curso nr 33 vigia e trabalhador. Foi revelador.

A experiência de ficar do lado de fora, como vigia, é uma aula sobre um tipo diferente de ansiedade. Você não sente o aperto das paredes, mas sente o peso da vida do seu colega nas suas costas. O som que mais me marcou foi o eco da minha própria voz no rádio de comunicação, perguntando “Tudo bem aí dentro?”, e o silêncio de alguns segundos antes da resposta, que parecem uma eternidade. O cheiro é o do ar livre, mas sua mente está presa lá dentro, com o outro.

O erro fatal é a falha na comunicação. É o vigia se distrair, é o trabalhador achar que “dá pra fazer rapidinho” sem avisar. A dica que trago dessa vivência é: o vigia e o trabalhador precisam ter uma sintonia quase telepática. Devem combinar sinais, palavras-chave, pausas para comunicação. O curso nr 33 vigia e trabalhador me ensinou que a confiança entre essa dupla não pode ser cega; tem que ser uma confiança construída sobre protocolos rígidos e uma comunicação impecável. Um está no escuro, o outro na luz, mas ambos estão na mesma zona de perigo.