Manobrando a Lei: Como um Curso NR 11 me Deu uma Nova Direção

 

NR 35 para Iniciantes: Tudo o que você precisa saber

De Operadora de Processos a “Quase” Operadora de Empilhadeira

 

 

O apito da ré e o peso da carga que equilibram a balança da justiça.

 

Acidentes em depósitos e centros de distribuição são mais comuns do que se imagina. E quase sempre, a culpa recai sobre o operador da empilhadeira. Recebi um caso assim, um rapaz jovem sendo responsabilizado por uma pilha de paletes que desabou. Mas a história dele não batia com o laudo da empresa. Senti que havia algo mais. E lá fui eu, a “advogada investigadora”, me matricular num curso nr 11.

Meus filhos acharam o máximo. “Mamãe vai dirigir um tratorzinho!”. A realidade era um pouco mais complexa. A primeira vez que sentei em uma empilhadeira, a visão é completamente diferente de um carro. Você se sente poderosa, mas ao mesmo tempo, vulnerável. O instrutor, um senhor muito paciente, me ensinou sobre centro de carga, estabilidade, ponto de equilíbrio. O erro que eu e muitos leigos cometemos é achar que é só acelerar e levantar o garfo.

O som que ficou na minha cabeça foi aquele apito agudo e intermitente da marcha à ré, um som que ecoa por todo o galpão. O leve solavanco quando a carga é elevada, o cheiro de diesel misturado com poeira… são sensações que me transportaram para o cenário do acidente. O curso nr 11 me deu uma dica valiosíssima: a maioria dos acidentes não é causada por um único erro, mas por uma sucessão de pequenas negligências. O piso irregular, a carga mal distribuída, a pressão por produtividade. De repente, a defesa do meu cliente ganhou dezenas de novos argumentos. Eu não estava mais falando de teses jurídicas; estava descrevendo para o juiz, com propriedade, como um acidente acontece na prática. Aquele curso nr 11 me ensinou a manobrar os fatos com a mesma precisão que um bom operador manobra sua carga.