No Coração das Gerais: As Peculiaridades de um Treinamento da CIPA em BH

 

 

Da Mineração à Indústria, Onde a Cultura da Segurança Tem um Peso Diferente

 

 

O cheiro de pão de queijo e o peso de uma conversa sobre riscos de soterramento.

 

Minas Gerais tem um jeito próprio de ser, e isso se reflete até na segurança do trabalho. Ao participar de uma reunião da CIPA em uma indústria perto de Belo Horizonte, senti uma atmosfera diferente. Era uma seriedade, um peso no ar que eu não via em outros lugares. O cheiro do pão de queijo e do café fresco servido antes da reunião era um ritual para fortalecer os laços antes de discutir temas pesados.

Um cipeiro mais velho, com o sotaque carregado, falou sobre um quase-acidente em um silo com uma calma e uma firmeza que silenciaram a sala. “Doutora, aqui em Minas a gente não brinca com buraco. A gente sabe o que dá”. Aquela frase resumiu tudo. A memória coletiva dos grandes acidentes da mineração molda a percepção de risco de uma forma muito profunda.

O erro seria chegar com uma abordagem paulistana, puramente corporativa. Um treinamento cipa bh precisa ser mais denso. A dica é: o instrutor precisa entender e respeitar essa cultura. O treinamento aqui não pode ser só sobre quedas e EPIs. Tem que falar de riscos ampliados, de planos de emergência, de saúde mental pós-trauma. O treinamento cipa bh eficaz é aquele que entende que, em Minas, o silêncio e o respeito muitas vezes falam mais alto que qualquer manual.