O Equipamento que me Protegeu da Ignorância: Minha Experiência com o Curso NR 6
Por Trás de Cada Luva e Capacete, Existe um Direito a Ser Defendido
A textura da luva de raspa e o peso do capacete que fortaleceram meus argumentos.
No direito, a gente aprende que o diabo mora nos detalhes. Em um caso de acidente de trabalho, aprendi que o diabo, às vezes, mora na escolha de uma luva. Eu defendia um trabalhador que sofreu uma queimadura química grave. A empresa alegava: “Mas nós fornecemos o EPI!”. Sim, forneceram. O EPI errado. Foi essa dura realidade que me levou a buscar um curso nr 6.
Eu precisava entender a diferença entre uma luva de látex e uma nitrílica, entre um capacete classe A e um classe B. No início, achei que seria um curso enfadonho, um catálogo de equipamentos. Que engano. Lembro da sensação tátil de pegar diferentes tipos de luvas de segurança, a textura áspera do couro, a flexibilidade da malha de aço. O instrutor nos fez colocar protetores auriculares, e o mundo lá fora se tornou um zumbido abafado e distante. Naquele silêncio, entendi o que é o isolamento e a importância da comunicação por sinais.
Minha família, claro, tirou sarro. “Vai começar a ir para o supermercado de capacete, Ana?”. Mas a piada acabou quando essa “expertise” me ajudou a virar o jogo no tribunal. O erro crucial que muitas empresas (e advogados!) cometem é achar que dar qualquer EPI resolve. O curso nr 6 me ensinou a ir direto ao ponto: o Certificado de Aprovação, o famoso C.A. Uma dica de ouro que vale para qualquer caso: verifique a validade do C.A. e se ele corresponde exatamente ao risco da atividade. Apresentar um EPI com C.A. vencido ou inadequado é o mesmo que confessar a negligência. Esse curso nr 6 não me ensinou apenas sobre equipamentos; me ensinou a desmascarar a falsa segurança.