O Ritual que Salva Vidas: Por que o Treinamento de Segurança do Trabalho Não é (só) para Cumprir Tabela

 

NR-1: Como Proteger a Sua Saúde no Trabalho? Vamos Entender Isso Juntos

A Diferença entre um Treinamento Real e uma Lista de Presença Assinada

 

 

O som da lista de presença passando de mão em mão e a atenção (ou falta dela) nos olhos dos treinandos.

 

Já participei, como ouvinte, de dezenas de treinamento de segurança do trabalho. Alguns eram vibrantes, interativos, com trabalhadores engajados. Outros… ah, outros eram de cortar o coração. A sala com cheiro de mofo, o instrutor falando de forma monótona, e a lista de presença passando de mão em mão como se fosse a única coisa que importava naquele momento.

A cena que mais me marcou foi ver um trabalhador, com os olhos cansados, assinando a lista e depois cochilando no fundo da sala. Para a empresa, ele estava “treinado”. Para a realidade, ele era a próxima vítima em potencial. O erro é tratar o treinamento de segurança do trabalho como um evento burocrático, uma obrigação a ser cumprida no papel.

Como advogada, aprendi a identificar a farsa. A minha dica é: não se contente com a lista de presença. Peça o material didático. Peça a avaliação de reação que os trabalhadores preencheram (ou deveriam ter preenchido) no final. Peça fotos. Um treinamento real deixa rastros: deixa dúvidas, discussões, anotações. Um treinamento de mentira deixa apenas assinaturas. E quando um acidente acontece, a diferença entre esses dois cenários é a diferença entre ter uma defesa sólida e ter apenas um pedaço de papel sem valor.